Mulheres Negras - Imagens 6ª série A e Biografias 6ª séries B

Mulheres Negras 
Importância da mulher negra na população brasileira



Biografias

Alunos participantes: 
Caíque, Lucas e Beatriz


Mãe Menininha do Gantois


(Mãe-de-santo brasileira)
10-2-1894, Salvador
13-8-1986, Salvador
Batizada no catolicismo como Maria Escolástica da Conceição Nazaré e no candomblé como Mãe Menininha do Gantois, foi a mais respeitável mãe-de-santo da Bahia. Além de seguidores do candomblé, por seus poderes espirituais e carisma pessoal, conseguiu agregar pessoas de todas as religiões em seu terreiro, inclusive personalidades como Dorival Caymmi, Caetano Veloso, Tom Jobim, Antônio Carlos Magalhães e Vinícius de Moraes, que só tomavam decisões importantes após consultá-la. Neta de escravos africanos da tribo Kekeré, da Nigéria, ainda criança foi escolhida pelos santos do candomblé do terreiro fundado pela bisavó, o Axé La Masse, como mãe-de-santo (ialorixá).
"Menininha" foi o apelido que a avó deu a menina pobre da periferia de Salvador, que dava aos bonecos improvisados os nomes das divindades do Candomblé: Oxossi, Ogum, Oxum e outros. Além disso, desde pequena gostava de jogar búzios. Era bisneta de Maria Júlia da Conceição Nazaré, que havia fundado, em meados do século 19, o Ilê Iya Omin Axé Iyamassê, mais conhecido como terreiro do Gantois (nome do antigo proprietário francês do terreno).
Sob a orientação das mulheres da família, Menininha foi iniciada nos segredos da religião africana e preparada para o cargo que assumiria no futuro, de ialorixá (mãe-de-santo, na língua ioruba). Menininha trabalhou como costureira e aos 29 anos, casou-se com o advogado Álvaro McDowell de Oliveira, descendente de ingleses, com quem teve duas filhas, Cleusa e Carmem.
Iniciada tia, assumiu o topo da hierarquia da religião ao completar 28 anos. Ditando as regras e comandando o terreiro, conhecido como Gantois, conseguiu maior respeito e aceitação do candomblé por outras religiões e pelo poder político, que perseguia e condenava os praticantes dos rituais. Seu mérito estendeu-se também à modernização do candomblé: mesmo abrindo as portas para integrantes e pessoas de outros cultos e religiões, não deixou que se transformasse em exploração folclórica e turística. Um modelo de vitalidade e bondade conciliou as atividades do terreiro com a família, realizando obras de caridade.
Com a morte de sua tia-avó, mãe Pulchéria, segunda ialorixá a governar o Gantois, menininha assumiu a responsabilidade de administrar um dos terreiros mais antigos de Salvador, formar filhos-de-santo e ser a líder espiritual de centenas de pessoas.
Em 1924, prestes a completar 30 anos, Menininha mudou-se para o Gantois junto com o marido e a filha mais velha. A partir de então, passou a ser conhecida como Mãe Menininha do Gantois. Na época enfrentou preconceitos e perseguições e teve que se impor com sabedoria. Segundo a lei, as festas só poderiam ser realizadas em determinados horários e mediante uma autorização por escrito. Mas isso, não impedia que os policiais invadissem os terreiros, com violência.
Os anos de opressão só terminaram em 1976, quando o então governador da Bahia, Roberto Santos, sancionou um decreto liberando as casas de Candomblé da obtenção de licença e do pagamento de taxas à delegacia de Jogos e Costumes. Com o passar do tempo, a popularidade de Mãe Menininha foi crescendo. Nos anos 80, turistas, políticos, artistas e intelectuais a procuravam em busca de conselhos, orientações ou informações para suas pesquisas.
A ialorixá também recebia as pessoas humildes e sempre oferecia café ou comida aos visitantes, fossem eles pobres ou chefes-de-Estado. Sua aversão à fama não impediu que recebesse diversas homenagens, especialmente de artistas e amigos ilustres. Entre elas, a mais conhecida é a música "Oração a Mãe Menininha", que Dorival Caymmi compôs em 1972. 
Dorival Caymmi & Gal Costa & Dori Caymmi - Oração Da Mãe Menininha - Heineken Concerts – 1996




Biografia: Benedita da Silva 
Alunas: Andresa Carvalho e Indayara Costa.
Origens

Benedita da Silva nasceu em 1942 no cidade do Rio de Janeiro, e viveu, durante 57 anos, no Morro do Chapéu Mangueira no Leme.
É formada como auxiliar de enfermagem, e tem diploma universitário no curso de Serviço Social. É casada com o ator Antônio Pitanga, que é pai de Camila e Rocco Pitanga.
Carreira política
Iniciou sua carreira política ao se eleger vereadora em 1982, após militância na Associação de Favelas do Estado do Rio de Janeiro. Em 1986, foi eleita deputada federal, cargo para o qual se reelegeu em 1990.
Na Legislatura de 1987-1991, Benedita participou da Assembleia Nacional Constituinte, onde atuou como titular da Subcomissão dos Negros, das Populações Indígenas e Minorias. Em seguida, passou à Comissão de Ordem Social e da Comissão dos Direitos e Garantias do Homem e da Mulher. Em 1992, tida como favorita para vencer as eleições para a prefeitura do Rio terminou o primeiro turno na frente, mas foi derrotada no segundo turno por César Maia. Em 1994, tornou-se a primeira mulher negra a ocupar uma vaga no Senado.
Foi eleita vice-governadora do Rio de Janeiro em 1998 na chapa de Anthony Garotinho. Para assumir o cargo, renunciou ao mandato de Senadora, que só terminaria em 2002 - assumiu o suplente Geraldo Cândido.
Com a renúncia de Anthony Garotinho para concorrer à Presidência da República assumiu o governo em abril de 2002, tornando-se a primeira mulher negra a governar um Estado brasileiro.
Foi candidata a reeleição, mas foi derrotada ainda no primeiro turno por Rosinha Garotinho, mulher do ex-governador Anthony Garotinho.
Seu governo tampão foi marcado por forte crise financeira e troca de acusações entre ela e seu antecessor pela responsabilidade nos rombos do governo - o TCE-RJ reprovou as contas do Exercício de 2002.
"Segundo os conselheiros, as duas administrações descumpriram as constituições Federal e Estadual, e violaram a Lei de Responsabilidade Fiscal"
Em 2001, presidiu a Conferência Nacional de Combate ao Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerâncias Correlatas, que reuniu mais de dez mil pessoas de todo país, entre lideranças de ONGs e governos.
Com a eleição de Lula para a presidência do Brasil, assumiu a Secretaria Especial da Assistência e Promoção Social, com status ministerial.
Deixou o Governo sob polêmica após usar recursos públicos em um evento religioso na Argentina. Devolveu o valor das diárias e das passagens após o caso ser divulgado pela imprensa. Desde janeiro de 2007, é Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, do Governo Sérgio Cabral Filho.


Biografia Ivete Sacramento

Alunos participantes: Keila, Luane e Tainá

Primeira reitora negra do Brasil, em oito anos na gestão da Universidade do Estado da Bahia,Ivete aumentou o número de cursos  oferecidos de 46 para 89 e criou o Programa Intensivo de Graduação de  Docentes. Também abriu as portas da universidade para a comunidade e  fortaleceu unidades do interior. A grande aspiração de IVETE SACRAMENTO na juventude era ser professora no interior da Bahia, como a mãe e as tias. "Cresci ouvindo as  histórias delas: pegavam canoas, andavam em lombo de burro para dar  aulas nas regiões mais distantes" diz. "Eu também queria ser uma  desbravadora da educação".  A menina correu atrás do sonho e chegou  longe: Ivete é a primeira mulher negra brasileira a se tornar reitora  de uma universidade. Eleita em 1998 para o maior cargo administrativo  da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), foi reeleita em 2002, com  75% dos votos, e no final de 2005 fez seu sucessor. 
Mestre em Educação pela Université Du Quebec à Montreal, licenciada em Letras, Professora de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, ganhadora do prêmio de Direitos Humanos do Ministério da Justiça, responsável pela inserção da Universidade do Estado da Bahia nas comunidade vizinhas dos Multi-Campis, aproximando-se dos Movimentos Sociais Locais, realizando trabalho conjunto com a Sociedade Civil. Criou a Rede Uneb 2000. Possibilitou o funcionamento de curso pré-vestibular para afro-descendentes criado pelo Instituto Cultural Steve Biko. 
Mulher, mãe, profissional de conhecimentos múltiplos, social e afetivamente reconhecida, laureada, representante de diferentes setores da Sociedade Civil, da Sociedade do Conhecimento, de diferentes níveis e estruturas de Poder e saber.